quinta-feira, 12 de julho de 2012

Base Teórica do Projeto


A seguinte base teórica tem vistas a construir um arcabouço de conhecimentos para mensurar os resultados da aprendizagem organizacional dentro de programas de educação corporativa enquanto desempenho profissional e do negócio.

Ciência da Informação: Wersig e Nevelling (1975), Popper (1975); Foskett (1980), Brookes (1980); Wersig (1993); Le Coadic (1994); Saracevic (1996); Pinheiro (1997); Bates (1999); Hawkins (2001); Capurro (2003); Zins (2005).

Educação Corporativa e Aprendizagem Organizacional: Alvares (2010); Tarapanoff (2006, 2011); Ricardo (2009); Eboli (2004, 2010); Corrêa (2007); Santos (2007); Oliveira (2006); Tarapanoff e Aguiar (2006); Siemens (2003:2008) e Downes (2005:2007); Schroeder (2005); Allen (2002); Meister (1999); Senge (1998).

Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento: Batista (2008); Leite (2007); Choo (1998, 2006); Valentim (2005); Davenport (1998, 2001); Robbins (2002); Nonaka e Takeushi (1998; 2001); Fleury e Oliveira (2001); Teixeira Filho (2000).

Avaliação em EC: Kirkpatrick (1998, 2005, 2006, 2010); Castro (2001); Tarapanoff e Aguiar (2006); MDIC - Pesquisa 2004 e 2006; FEA/USP – Pesquisa 2006 e 2009.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Reflexão Crítica – Ciência, Ciência da Informação e Projeto de Pesquisa

A ciência realmente pode ser tudo ou nada daquilo que imaginamos e esperamos. Isso porque ela é dinâmica buscando acompanhar e refletir sobre as mudanças físicas e sociais em curso, e, portanto, tornando-se complexa. A partir dos seus entendimentos e descobertas por meio de estudos altera os conhecimentos, até então, estabelecidos. Sofre influência humana, pois o pesquisador não é neutro na situação. Usa a crítica para verificações e avaliações. Procura se apoderar e se adequar com procedimentos e critérios de conhecimento científico para ser considerada válida e auferir conclusões.

Em essência, a ciência não se caracteriza sob a busca da verdade absoluta, talvez algumas verdade ou interpretações provisórias. Se a realidade está em um processo contínuo de mutação, os conhecimentos não podem ser estáticos ou definidos. Nesse sentido, a ciência serve para obtermos conhecimetnos sobre um aspecto da realidade, com vistas a sua transformação. Onde o homem é o elemento e não o centro da pesquisa, devendo construir e constituir conhecimento real e útil a ele.

Assim, se reforça a ideia de que cada área do conhecimento pode ser analisada e experimentada. A interdisciplinaridade é intrínseca. A Ciência da Informação (CI) é interdisciplinar por natureza porque as questões de informação não podem ser abordadas dentro de uma única área da atividade científica. Essa ciência está capacitada a adquirir e dar às outras ciências às informações que elas necessitam para produzirem conhecimento científico, desenvolvendo abordagens teóricas e metodológicas para atingir os objetivos de estudo segundo o objeto pesquisado. A CI lida com a transferência de conhecimentos, geração, organização, representação, processamento, distribuição, comunicação e uso da informação. E de forma estreita, porém de conteúdo abrangente, ela passou a ser uma instituição de reflexão da informação, como um campo, que estuda a ação mediadora entre informação e conhecimento, seja sobre aspectos técnicos ou sociais. Conferindo um papel teórico e prático: pesquisar e aplicar o componente “informação” seja ele especificado de diferentes formas, processos e fenômenos para transformá-lo em conhecimento como algo com significado.

O projeto de pesquisa em andamento traz o aspecto da realidade corporativa sob o tema da aprendizagem organizacional onde se alinha com os propósitos da ciência por meio do valor transformador na constituição de conhecimentos e de seu uso na avaliação de desempenho profissional e do negócio. Obtendo e construindo conhecimento real e aplicável, e que possa ser útil para orientar o comportamento das pessoas e/ou organizações frente à atual sociedade da informação. Converge-se com a CI organizando as informações de tal forma que possibilite conhecer, controlar, manter ou transformar a parte da realidade a que este conhecimento se refere, como propõe Eduardo Tomanik (2004) no livro “O Olhar no Espelho”.

Na condição de reflexão crítica, para fazer ciência, além dos seus pares de pesquisa, a mesma deve ser julgada pelos próprios méritos, pela investigação de seus objetivos, pela capacidade de alcançá-los, e pelo contexto tecnológico ou social inerente. Exigindo-se, então, razão. E além de conhecer e estudar fenômenos, a produção, o foco de toda ciência deve ser a disseminação compartilhada de conhecimentos científicos.

Contextualização da pesquisa com foco na CI


Para traçar um panorama de autores e conceitos que fundamentam o projeto de pesquisa, parte-se da ideia de que a Ciência da Informação é interdisciplinar por natureza porque os problemas de informação não podem ser abordados dentro de uma única área da atividade científica como intensifica Saracevic (1996):
A Ciência da Informação é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação. (SARACEVIC, 1996, p. 47)

Por isso, torna-se necessário o desenvolvimento de abordagens teóricas e metodológicas e a Ciência da Informação para Bates (1999) está capacitada a adquirir e dar às outras ciências às informações que elas necessitam para produzirem conhecimento científico. Neste patamar,  Hawkins (2001) expõe que a Ciência da Informação lida com a transferência de conhecimentos, geração, organização, representação, processamento, distribuição, comunicação e uso da informação. E de forma estreita, porém de conteúdo abrangente, para Barreto (2002) a ciência da informação passou a ser uma instituição de reflexão da informação, como um campo, que estuda a ação mediadora entre informação e conhecimento.
De acordo com Barité (2001), de um modo menos específico, sem contudo deixar de ser importante, a organização da informação também se preocupa com a gestão do uso social da informação. Essa idéia é corroborada por Le Coadic (2004), ao apontar que para organizar e gerir a informação a ciência da informação tem “os sistemas, os serviços e os produtos de informação que se destinam a responder às necessidades de informação de usuários” (LE COADIC, 2004, p.110). Na perspectiva de Choo (2006) as estratégias de organização da informação criam as condições necessárias para um continuum que revigore a organização por meio de informação e conhecimento capazes de levá-la a agir de maneira inteligente.
No processo de inteligência competitiva organizacional, como argumenta Tarapanoff (2006) “as organizações devem usar a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões” (TARAPANOFF, 2006, p. 29). Nesse sentido, as informações e o conhecimento gerado e utilizado na prática podem ser transformados em vantagem competitiva.
A educação corporativa surge nesse contexto, apoiando esses novos paradigmas vigentes na sociedade do conhecimento. É uma ferramenta que contribui para valorização profissional e para a efetivação da estratégia organizacional. Tarapanoff e Aguiar (2006) acreditam que a atividade educacional justifica-se como uma estratégia de aprimoramento institucional, bem como, uma estratégia de competitividade ou de alavancagem do negócio. Reúne, segundo Alvares (2008), as vertentes da Gestão da Informação em sua interface com as tecnologias informacionais e ainda a Gestão do Conhecimento em zelar os ativos intangíveis com o aprendizado contínuo.
Pelos autores e conceitos aqui apresentados, pode-se afirmar que o estudo para avaliar o impacto da educação corporativa no desempenho de profissional está dentro do respaldo e temática proposta pela Ciência da Informação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALVARES, Lillian. Interdisciplinaridade em Ciência da Informação: Gestão do conhecimento e Educação corporativa. Disponível em: <www.alvarestech.com/lillian/Apresentacoes/CIGCEC09102008.pdf>. Acesso em: 09/09/2011.
BARITÉ, Mário. Organización del conocimiento: un nuevo marco teórico-conceptual en Bibliotecologia y Documentación. In: CARRARA, Kester. (org.). Educação, Universidade e Pesquisa. Marília: Unesp-Marília-Publicações; São Paulo: FAPESP, 2001. p. 35-60.
BARRETO, A. Albuquerque. A Condição da Informação. São Paulo Perspectiva. vol.16 n.3. São Paulo,  2002.
BATES, M. The invisible substrate of the information science. Journal of the American Society for Information Science, 50 (12): 1043-1050, 1999.
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a                 informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. 2 ed. São Paulo: SENAC, 2006. 
HAWKINS, D.T. Information Science Abstracts: tracking the literature of information science. Part 1: definition and map. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 24, p. 343372, 2001.
LE COADIC, Y.F. A Ciência da Informação.  2ª ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.

SARACEVIC, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas na Ciência da Informação. Belo Horizonte, v.1, n.1, p. 41-62, jan/jun., 1996.
TARAPANOFF, K. (org) Inteligência, informação e conhecimento em corporações. Brasília: IBICT/UNESCO, 2006.
TARAPANOFF, K. Inteligência social e Inteligência Competitiva. Disponível em: < https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/OC/article/viewFile/1335/1353> Acesso em: 18/10/2011.
TARAPANOFF, K; AGUIAR, A. Avaliação em Educação Corporativa. Disponível em:< http://www.educor.desenvolvimento.gov.br/public/arquivo/arq1229429401.pdf>. Acesso em: 20/10/2011.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Pontos fundamentais do projeto de pesquisa

Ciclo-aprendizagem. Fonte: SBGC Educação (2011).

Ideia de Pesquisa
Avaliar o uso da informação por meio da aprendizagem.
Mensurar os resultados da aprendizagem organizacional.

Refinamento da Ideia de Pesquisa
Impacto da Educação Corporativa no resultado do desempenho profissional.

Objetivo Geral
Avaliar o impacto da Educação Corporativa no desempenho profissional.

Objetivos Específicos
Verificar os cinco níveis propostos por D. Kirkpatrick (2005):
Reação, Aprendizado, Comportamento, Resultado e Retorno de Investimento.

Metodologia
A intenção é contrapor as experiências das unidades, como estudo de casos múltiplos,  a partir dos objetivos específicos e com a literatura especializada, para assim verificar o alinhamento do desempenho dos colaboradores aos objetivos estratégicos institucionais e oferecer uma ideia bastante aproximada de uma realidade maior.


Tipo de Pesquisa
Estudo de Caso (qualitativa)
Universo de Pesquisa
Se delimita em quinze unidades.
População próxima a 70 participantes do programa de EC.

Coleta de Dados
Entrevistas em profundidade e com roteiro.

Relevância do tema de pesquisa

Ciência da Informação:
Interdisciplinaridade (Saracevic).
Orientar o comportamento das pessoas e/ou organizações frente às informações e conhecimentos (Wersig).

Gestão da Informação:
Identificar necessidades e uso da informação (Choo).
Incorporar o uso da informação nas avaliações de desempenho (Davenport).
Conferir interface com as tecnologias informacionais (Alvares).

Gestão do Conhecimento:
Zelar os ativos intangíveis e orientar o aprendizado contínuo (Alvares).
Criar conhecimento a partir de uma construção significativa e compartilhada (Choo).
Avaliar os benefícios e o valor do conhecimento (Wiig).

Educação Corporativa (Aprendizagem Organizacional):
Facilitar a percepção dos gestores e comunidade corporativa sobre:
- As potencialidade da aprendizagem organizacional no desempenho de seus profissionais.
- O alinhamento das competências pessoais aos objetivos estratégicos da organização.
- A valorização profissional junto a efetivação da estratégia organizacional e competitiva.
- A criação ou o aperfeiçoamento dos processos avaliativos em aprendizagem, para índices de eficácia de eficiência organizacional.

Conectivismo: uma teoria de aprendizagem para a era digital


As dimensões ilimitadas da aprendizagem. George Siemens (2008).

No artigo “Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age”, George Siemens apresenta uma teoria alternativa de aprendizagem, adaptada à nova realidade tecnológica e à sociedade em rede. O Conectivismo parte da premissa de que o conhecimento se constrói por meio de uma rede de conexões, sendo a aprendizagem a capacidade de construir conhecimento em conexão. Dessa forma, o conhecimento está disponível através de redes e a forma ou atitude de aprender não é mais do que a capacidade de construir uma ampla rede de conexões. Propõe uma visão de ecologia da aprendizagem.
O Conectivismo não é consensualmente aceito enquanto teoria da aprendizagem, mas tem uma importância reconhecida nos novos processos pedagógicos-educativos na sociedade conectada em rede.
O assunto é super atual e muito interessante para o tema do meu projeto de pesquisa em CI, Educação Corporativa (EC) - Aprendizagem Organizacional. As práticas de  aprendizagem experiencial e em rede, tendo a gestão do conhecimento (GC) como centro, em conjunto relatam significantes resultados no alinhamento das competências profissionais e objetivos de negócio no mundo corporativo. E nos programas de EC a necessidade de avaliar o valor impactante do aprendizado enquanto transferência ou comportamento, revela-se importante, à priori e à posteriori.

Segue o link com vídeo sobre o assunto: http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo


Pesquisa em Ciência da Informação


O blog CI conectando... é um espaço para compartilhar em rede a experiência de pesquisa em Ciência da Informação, respeitosa e afetuosamente chamada de CI.

A área é recente no Brasil e a literatura inflama complexas e exaustivas discussões a cerca de conceito, natureza, campo e trabalho. A visão da informação sob a ótica da CI proporciona sua análise sob três diferentes aspectos, que se fizeram nítidos a partir de sua evolução histórica, os quais Capurro (2003) chama de paradigma físico, paradigma cognitivo e paradigma social.
As considerações e a inquietude aumentam ainda mais, quando as mudanças que estão ocorrendo pelo advento da Sociedade da Informação e do Conhecimento impõe um ritmo acelerado que resulta em maior avanço tecnológico e consequente volume informativo. Concede assim, mais interdisciplinaridade a essa ciência do que se concedia alguns anos atrás. Penso que o papel da CI é teórico e prático, pesquisar e aplicar o componente “informação” seja ele especificado de diferentes formas, processos e fenômenos, para transformá-lo em conhecimento, algo significativo e então, resolver ou reduzir incertezas.